Sentia-me disperso, como se isso fosse incomum.
Mas tinha
algo diferente, havia perdido a cabeça em algum lugar,
em uma destas esquinas
que a vida tem, eu que sempre fui uma pessoa nostálgica / poeta,
que vive com o
pensamento no passado e em romances ilusórios
e fictícios de livros e outras
histórias.
Mas eu estava mais longe ainda, sim eu estava em terras tão
distantes,
que eu nem mesmo sabia onde pisar sem ser surpreendido.
Estava me
desprendendo de tudo aquilo que me prendia,
às pequenas coisas e às coisas que
eu mesmo insistia em me prender
sem nem mesmo ter um porque...
... Estava tão anormal, que me sentia o mais normal que eu
já fui um dia,
na minha normalidade real, sem máscaras e encenações,
eu era
apenas eu, num mundo que eu já nem conhecia.
Disperso de tudo o que me rodeava,
apenas o silêncio perdurava
e quando me deu conta e voltei a ver o mundo que
todos “vêem”,
a noite já caía e eu mal percebia que voltara a ser, “normal”...