quarta-feira, 27 de novembro de 2013

"Passageiro..."














A cada passo fica mais longe, fica mais perto.
Se dilacera o tempo, se une os pedaços do esquecimento,
cala o silêncio e o amargo do coração que falta sair pela boca,
sobe e desce nesse peito ferido.
Se aproxima e se distancia, sempre nesse compasso,
Segue um rumo, sem rumo...
A cada dia se fecham mais os olhos, abrem-se mais as portas.
Adentrando no desconhecido, numa lunática viagem de ida
sem vindas, sem partidas, sem lágrimas,
que mundo mais desigual, triste e irreal...
Que paz, que faz esse sangue escorrer, que faz esquecer,
que canção, que insiste em tocar e ninguém consegue escutar.
Onde fala o silêncio e como podemos escutá-lo?
Se somos cegos e surdos, nunca se pode escutar nada
além desta canção persistente que toca em nosso peito.
Que sonho não acorda, que dor que sufoca, que lágrima...
Ainda me sinto estranho aqui, sou um passageiro
mas não pertenço a este local, e este trem, não vai pra destino algum.
Talvez esteja mais longe de onde deveria estar, ou quem
sabe esteja cada vez mais perto !?


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

"Um breve e perdido olhar"




Aqueles olhos distantes via o mundo, via o sorriso, o por do sol e as ondas batendo.
Aquele mesmo olhar desencontrado, tentando se achar no emaranhado de pessoas
e destinos que se cruzam na avenida, buscando encontrar onde se encaixar,
aquele olhar que não sei onde podia achar.
Um frio sentimento que partia daqueles olhos.
Aqueles olhos de um castanho profundo e enigmático, encantador, misterioso,
entristecido, de um vazio perturbante, que buscava nos outros olhares o seu lugar,
um brilho para descansar. Um olhar que estava incessantemente a procura de um lugar
onde finalmente pudesse se encaixar e finalmente seus sonhos ali, fazer desabrochar.