segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

"MPB o que eu ouço com o coração"

Hoje voltei a enxergar o céu, 
há quanto tempo não o enxergava, sim eu sabia que ali ele estava, mas eu não o via como antes, tudo era passageiro, eu não tenho enxergado nem meus proprios passos, não via nem a um palmo do meu nariz, estava com movimentos e pensamentos padronizados.
Mas ao toque daquela música eu voltei a mim, eu que mesmo um apaixonado por músicas, há muito não conseguia sentir uma, apenas ouvir, como quem ouve os carros na rodovia.
Sim eu senti aquela música como uma bela moça na varanda, na janela, a bela moça do primeiro amor, senti-me novamente apaixonado, pela letra, o toque, pelo céu. E descobri ali novamente o meu antigo refúgio, o azul profubdo com detalhes brancos de algodão, por vezes carregados, e muitas vezes calmos, apressados, mas sem deixar de serem belos. Me encontrei naquelas notas, pincelando minha mente de um mundo lindo. Ao ouvir Adriana Calcanhoto, Chico, Erasmo, Jorge e outras mil. Meu coração pode então voltar a sentir e descobri que sem o céu e a MPB como companhia não se vive, apenas se sobrevive.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

"Minha Solidão"

Bem eu sei, a solidão é um assunto já muito falado, até mesmo por mim, que falo pouco, talvez por eu conhecer tão bem a solidão acostumei-me e ainda continuo acostumando-me a silenciar e a conversar somente comigo mesmo, mas enfim, esse é mais um daqueles textos sobre solidão, um daqueles que se desabafam a cada linha, mas eu não sei o que escrever, a solidão aperta e as vezes no cega e nos ensurdece, nos fecha a boca e nos envaidece.

A solidão nos molda, de formas distintas e nem sempre boas, não é por solidão que deixamos de sentir, pois com a solidão é que eu aprendi a sentir, sentir as dores, as partidas, todos os adeuses e entender todos que se foram sem nem mesmo despedir-se, a solidão nos ensina a ter paciência, a solidão exige de nós força, é companheira e ao mesmo tempo ausente, está a par de tudo de nós, mas não se importa também de chegar sem avisar e se instalar.

A solidão me deixa apático, mesmo que eu queria ser diferente, a solidão em mim sussurra que não vai adiantar, a apatia ainda estará lá.

A solidão à mim é assim, mas aos outros eu não sei, cada um tem a solidão que lhe cabe, a que lhe consome, que lhe acompanha... 
Esta é a minha solidão...

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

"Normal"



Sentia-me disperso, como se isso fosse incomum. 
Mas tinha algo diferente, havia perdido a cabeça em algum lugar, 
em uma destas esquinas que a vida tem, eu que sempre fui uma pessoa nostálgica / poeta, 
que vive com o pensamento no passado e em romances ilusórios 
e fictícios de livros e outras histórias. 
Mas eu estava mais longe ainda, sim eu estava em terras tão distantes, 
que eu nem mesmo sabia onde pisar sem ser surpreendido. 
Estava me desprendendo de tudo aquilo que me prendia, 
às pequenas coisas e às coisas que eu mesmo insistia em me prender 
sem nem mesmo ter um porque...

... Estava tão anormal, que me sentia o mais normal que eu já fui um dia, 
na minha normalidade real, sem máscaras e encenações, 
eu era apenas eu, num mundo que eu já nem conhecia. 
Disperso de tudo o que me rodeava, apenas o silêncio perdurava 
e quando me deu conta e voltei a ver o mundo que todos “vêem”, 
a noite já caía e eu mal percebia que voltara a ser, “normal”...

terça-feira, 21 de julho de 2015

"Obra Sem Palavras"

Eu nem sei o que escrever, sei que neste momento eu sinto uma enorme vontade de escrever, de esbaldar o mundo em letras, grandes, cursivas, de forma, pichadas, pinceladas, aglomeradas...
Não me sinto bem, a muito não me sinto, mas me calo, não consigo expor, não consigo falar, não sei demonstrar, sei apenas sentir.
Sei apenas escrever, palavras sutis, inundadas de verdades ocultas, sentimentos embutidos em cada linha, em cada letra.
Queria ter o poder de gritar ao mundo todas as minhas dores, para quem sabe assim saber se o mundo poderia me curar, ou ter a certeza que o mundo é apenas... Mundo mesmo, que continua a sua longa caminhada em uma rota incerta, ter certeza que ele as vezes é inóspito, mas ele não é assim só pra mim.
Queria ter o poder de gritar aos quatro cantos, o que quero, o que sinto, o que penso...
Gritar ao mundo que te desejo e ainda assim não sei te desejar, nem pra mim, nem pra ninguém e mesmo assim te quero minha, te quero bem, te quero feliz, te quero sorridente e linda, como esse sol ardente acima de todos nós.
Queria dominar as palavras, mas carente como sou, me falta até o vocabulário...

Elton Marques

quarta-feira, 15 de abril de 2015

"Inconstante"



Como definir os humanos?
Pessoas com crenças, ideias, metodologias diferentes. Pessoas diferentes...
Como definir a mim mesmo? Como saber o que sou, o que serei...?
Como saber chegar a uma ideia exata do meu pensar?
Não sou um alguém tão facilmente "definível",
sou alguém que as vezes sou zoada, barulho, bagunça,
um estardalhaço, tumulto, tempestade...
Outras vezes sou a calma, a brisa, a tranquilidade, o silêncio.
Sou inconstância em sentimentos, pensamentos, por vezes em defeitos,
por horas em qualidades, indecifrável em palavras, indiscutível em sinônimos,
diferente de antônimos.
Sou metamorfose constante...
As vezes sou, as vezes não, as vezes começo,
mas as vezes não termino...

Trilha:

sábado, 11 de abril de 2015

"Quase um Desabafo"



As pessoas andam tão cheias de si, que andam esquecendo....
As pessoas correm com suas curtas pernas por lugares inexistentes
e acabam crendo que são únicas e assim mais importantes que os demais,
hoje em dias elas estão, gananciosas, prepotentes e pouco preocupadas com o amanhã.
Ah! As pessoas estão vivendo uma fase egoísta e seus narizes são tão belos,
pois é só isso que as pessoas andam enxergando, os seus próprios narizes.
Vivem reclamando da solidão, mas estão se colocando lado a lado a ela,
esquecendo-se da convivência com os demais, que cada um tem coração,
sentimento... Vida própria, qualidades, defeitos e dificuldades.
Ah! As pessoas estão se esquecendo de amar, e estão cada vez mais
a julgar, seu próximo, sem mesmo se dar conta,
acham que estão no topo, são os maiores...
O mundo está cheio de pessoas
e as pessoas cada vez mais vazias de tudo, menos de si mesmas.


terça-feira, 24 de março de 2015

"Sentir"



Hoje as palavras estão soltas, elas voam,
elas ganham o mundo interior da minha mente.
Hoje estive pensando, desde a hora em que acordei
sobre algumas coisas, coisas a mais, as quais deveriam
estar lá fora, longe do meu quadrado sentimental.
Estive pensando em coisas que me fazem bem,
mas um bem emocional. Aquele que poucos conseguem
ter certeza se você está bem, mesmo que jure.
Talvez um café quente, pingado, com um bom livro à espreita.
Talvez uma música calma, acompanhada de uma boa conversa,
um bom trago de uma bebida suave, um pensamento leve
e poucos planos para o dia, ou para o fim de semana,
Talvez a reciprocidade nos olhares, nos falares, no sentir.
Quem sabe uma companhia, que me faça bem apenas pela presença,
que me faça sorrir, apenas por saber que ela está ali,
que me faça sentir bem, bem mesmo, leve e um tanto desinteressado,
esquecido, desocupado e quem sabe apaixonado...
Apaixonado por estar em um estado de descomplicação,
apaixonado por estar sorrindo, sem grandes motivos alheios,
apaixonado por olhar sempre concentrado pro nada
em ter sempre algo em mente, ter sempre um sentimento bom
para sentir, para oferecer e para receber.
Hoje estive pensando nisso...
Essas coisas que me fazem bem, um sentimento simples que seja,
é o que eu quero dar, para quem sabe um dia, eu receber.
Estive pensando hoje nisso, em tudo isso, simplesmente nisso.

terça-feira, 10 de março de 2015

"Doce Amargo"



A vida tanto faz, tantas voltas dá, tantos giros e rebuliços,
o mundo se transforma, os dias passam, a terra gira...
Hoje, me recordei de uma música, uma bela canção,
que eu sei, toca lá no fundo, é um desabafo enfim,
mas uma bela obra.
Hoje me peguei pensando em nós dois, nesses dois, três...
Cinco, sete ou mais segundos, curtos, mas intensos.
E cada milésimo que toca essa música, mais confuso me torno.

"Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Eu vi o meu amor tratado assim"

Eu que nunca fui um cara muito certo, nunca tive muitas certezas,
mas acredite, as certezas que eu tinha, tenho e que eu sei que terei,
por elas eu lutei, por elas luto e por elas lutarei.
Afinal um homem que não tem muitas certezas, deve se apegar
as que se tem...
Corro atrás do que acredito e julgo certo pra mim,
costumava correr em prol dos outros, até perceber, que muitas vezes,
não os magoando, estava me omitindo, me ferindo e me calando.
Hoje sinto-me diferente, disperso e um tanto desinteressado,
até por que, pouca coisa importa, e hoje eu sei que dores mau curadas,
certas vezes não se curarão com um breve sorriso de piedade.
Doces palavras de um sentimento nevoado, embaçado,
podem não encantar ou eu diria enganar meu coração.
Talvez seja atrevimento meu falar isso, mas eu temo,
sim, hoje eu temo amores mal regados, que cresceram obrigados
e mal floresceram ainda, me dando o seu perfume...
Hoje, talvez eu esteja um pouco mais perdido de tudo,
menos de mim...


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

"Breves Linhas de um Amor Quieto"


Como um pensamento único e só seu, eu estava ali em uma linha vórtice
de loucura, pensamento, sentimentos, desejos...
Um sôfrego e gélido afastamento das órbitas racionais,
de um coração, constantemente a beira dos precipícios da paixão.
De um coração que ama calado, a cada sorriso...
Um sentimento tão forte e quieto que ama os teus olhares,
as tuas faces, teus jeitos...
as tuas dores e tuas cores, as tuas tonalidades morenas,
Um sentimento tão meu, que é inteiramente seu...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"Acima dos Meus Pensamentos"

Trilha:



... Quando tudo ainda é nada...
Sabe, hoje meu pensamento vai onde eu nem sei dizer,
buscando, por respostas ? Por novas perguntas indecisas?
Por perguntas convincentes, ou apenas por perguntas com respostas,
concretas e verdadeiras?
Nada superficial, não mais que o meu olhar perdido na névoa do tempo,
nem um pouco mais superficial do que a minha vontade de não
te ter em meus pensamentos ou nos meus sonhos.
Eu não queria que fosse assim, ou talvez eu queria, ainda quero,
mas não consigo assumir nem pra mim mesmo, quem diria para você,
para outros... Os terceiros que nem se importam com o meu agir,
meu pensar, ou o meu sentir, que pra eles tanto faz se é por você
ou por outra.
Eu não quis fazer nada até aqui e agora, eu não sei como me mover
desse quadrado de pensamentos perdidos.
Perdidos nos teus olhares, sorrisos e sonhos.
Eu queria insistir nisso tudo, mas eu só posso ficar aqui, pensando,
sonhando acordado ou não, nesse caminho.
Eu não posso te dizer o que me aflige todas as manhã e todas as noites,
eu não posso correr pra ti e dizer que é você quem está no meu pensamento
quando eu durmo, eu não posso sair dos meus pensamentos e ir
de encontro a você.
Mas isso eu ainda não sei por quê...

"Não quero estar sendo mau
Moralista ou banal
Aqui está o que me afligia"