Naquele dia chovia, mas era calma a chuva, tão estranhamente calma.
Ninguém partia de seus refúgios para se molhar, ninguém andava naquela chuva,
eu ia sozinho, por aquelas ruas escuras e como nunca, desertas,
ninguém andava aquela hora ao meu lado.
Ninguém via os pingos de uma majestosa chuva tocar-me o rosto,
ninguém ouvia o que batia em meu peito e nem que tocava Alanis no meu fone,
nada parecia fazer tanto sentido, mais que a vontade de te ver,
ver o teu sorriso apressado e o teu olhar desconcertado.
Nada fazia tanto sentido, como querer te abraçar.
Os pingos caiam calmamente em meu óculos, ofuscando o caminho,
o que me fazia te ver ainda mais.
Nada fazia sentido naquele adeus sem palavras.
Mas eu te via, era só eu fechar os olhos e você estava ali,
bem ao meu lado, mas ninguém sabia...