sábado, 28 de dezembro de 2013

"Ao meu lado"



Naquele dia chovia, mas era calma a chuva, tão estranhamente calma.
Ninguém partia de seus refúgios para se molhar, ninguém andava naquela chuva,
eu ia sozinho, por aquelas ruas escuras e como nunca, desertas,
ninguém andava aquela hora ao meu lado.
Ninguém via os pingos de uma majestosa chuva tocar-me o rosto,
ninguém ouvia o que batia em meu peito e nem que tocava Alanis no meu fone,
nada parecia fazer tanto sentido, mais que a vontade de te ver,
ver o teu sorriso apressado e o teu olhar desconcertado.
Nada fazia tanto sentido, como querer te abraçar.
Os pingos caiam calmamente em meu óculos, ofuscando o caminho,
o que me fazia te ver ainda mais.
Nada fazia sentido naquele adeus sem palavras.
Mas eu te via, era só eu fechar os olhos e você estava ali,
bem ao meu lado, mas ninguém sabia...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"Declaração Silenciosa"




É porque eu sinto o que sinto mesmo, quando vejo teus olhos,
quando olho tua boca e quando ouço tua voz.
É porque enche o meu coração o teu simples olhar,
e transtorna a minha mente a tua falta de atenção.
Corta e despedaça meu coração o teu silêncio,
mas logo trata de curá-lo com o som da tua voz,
diz-me pra eu não me preocupar e com um abraço faz o mundo todo brilhar.
E eu me encanto cada vez mais com os teus encantos.
Afogo meu coração nesse sentimento,
nesse amor platônico e paciente, calmo e complacente.
Nesta incrível ilusão de querer e gostar, de mimar, de cuidar...
Que sentimento invadiu meu coração e quando?
Foi quando te vi, aquele dia ao por do sol?
Ou simplesmente me apaixonei mais a cada dia, pelo teu jeito,
pelo teu sorriso, aquela  frase que você sempre diz,
aquele seu olhar distante, o teu suspirar...?
Talvez eu tenha mesmo aprendido a te querer cada dia um pouco mais,
e reinventar meu sentimento todos os dias por você fazendo
dele o mais lindo e mais exageradamente grande, o maior de todos
que já vi e já vivi...
É porque explode o meu peito de emoção ao te ver,
e ainda assim, não consegui te dizer, não uma palavra do que sinto,
nem mesmo fazer você perceber, que o meu querer é complicado,
difícil te fazer entender o meu querer,
dizer que o meu querer é somente você [...]

Elton Marques

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

"Passageiro..."














A cada passo fica mais longe, fica mais perto.
Se dilacera o tempo, se une os pedaços do esquecimento,
cala o silêncio e o amargo do coração que falta sair pela boca,
sobe e desce nesse peito ferido.
Se aproxima e se distancia, sempre nesse compasso,
Segue um rumo, sem rumo...
A cada dia se fecham mais os olhos, abrem-se mais as portas.
Adentrando no desconhecido, numa lunática viagem de ida
sem vindas, sem partidas, sem lágrimas,
que mundo mais desigual, triste e irreal...
Que paz, que faz esse sangue escorrer, que faz esquecer,
que canção, que insiste em tocar e ninguém consegue escutar.
Onde fala o silêncio e como podemos escutá-lo?
Se somos cegos e surdos, nunca se pode escutar nada
além desta canção persistente que toca em nosso peito.
Que sonho não acorda, que dor que sufoca, que lágrima...
Ainda me sinto estranho aqui, sou um passageiro
mas não pertenço a este local, e este trem, não vai pra destino algum.
Talvez esteja mais longe de onde deveria estar, ou quem
sabe esteja cada vez mais perto !?


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

"Um breve e perdido olhar"




Aqueles olhos distantes via o mundo, via o sorriso, o por do sol e as ondas batendo.
Aquele mesmo olhar desencontrado, tentando se achar no emaranhado de pessoas
e destinos que se cruzam na avenida, buscando encontrar onde se encaixar,
aquele olhar que não sei onde podia achar.
Um frio sentimento que partia daqueles olhos.
Aqueles olhos de um castanho profundo e enigmático, encantador, misterioso,
entristecido, de um vazio perturbante, que buscava nos outros olhares o seu lugar,
um brilho para descansar. Um olhar que estava incessantemente a procura de um lugar
onde finalmente pudesse se encaixar e finalmente seus sonhos ali, fazer desabrochar.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

" Se Uma Lágrima Rolar"

















Se uma lágrima rolar, não se preocupe, não me preocupe.
Se notar que uma lágrima rolou não, não me procure.
A dor as vezes basta e ela simplesmente se derrama,
desta forma, melancólica e dramática.
Estou apenas retornando de um confronto que perdi,
minhas forças se esgotaram e o que ouço, me faz repetir estas lágrimas,
que eu não queria que virassem lástima alheias.
Por isso não se mova, não me mova de onde estou
até que passe essa dor...
Essa melancolia barata e cheia de falhas,
como uma estrada velha, cheia de buracos
são esses sentimentos que aqui jazem,
perambulando este coração,
Esse drama, que não convence para nada.
Mas livrar-se de tudo isso, não me seria possível.
Tudo se quebrou e onde se encontram os pedaços da minha solidão.
Onde posso abandonar o caminho e sentar-me para observar esse crepúsculo?
Pois...
Se uma lágrima rolar, não se preocupe, não me preocupe.
Se notar que uma lágrima rolou não, não me procure.

Elton Marques

sábado, 12 de outubro de 2013

"Um pequeno sorriso"














Vejo lá fora...
Este sol que desabrocha, confiante e radiante,
Esse céu de uma cor uniforme, intensa e tão linda.
Vejo essa manhã, que brilha e acalma.
Sinto esse vento que quebra em meu rosto
e eu não sinto nada menos que um prazer e uma calma.
Uma paz, que de tão temporária se torna maravilhosa e ao mesmo tempo
eterna, um pequeno momento de eternidade em meio ao vento.
Que agora muda de direção meus pensamentos,
desvia o olhar do meu coração e faz-me sentir perdido
em um sentimento simples, maravilhoso e inexplicável.
Faz-me perceber que nunca se desiste da vida, de viver.
Nunca perdemos totalmente as esperanças, sempre corremos riscos.
E continuamos mesmo vivos, afinal porque não viver?
Se a cada canção que toca é uma descoberta, um amor passado
um gostinho de recordação e felicidades...
Nunca paramos, nem perdemos esses motivos de continuar.
Mas e o que nos faz continuar?
Medo, coragem, ou nenhum dos dois.
Não sei, sei apenas que eu continuo, mesmo se o motivo for
um sorriso, um pequeno (pode ser), um sorriso que eu cativei !

Elton Marques

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Posso sonhar?




Sinto que fui levado, algo que não compreendo bem.
Onde está minha lágrima, o meu sorriso?
Onde posso encontrar aquela linha? A do desespero...
Onde encontrar o meu desapego, neste abandono, neste sentimento
dramático e todo derramado, que faz minha alma transbordar de melancolia.
Com uma pitada de solidão, que inquieta o meu coração.
E fica na entrelinha da razão e da loucura.
Vejo naquilo tudo, conceito e um suspiro,
nada faz sentido neste caminho.
Veja o céu e nele as estrelas que caem, jogam seus brilhos fora,
por sonhos, ideias e sentimentos.
Se eu for como uma estrela e embarcar neste sonho, o que eu faria?
O que me faria voltar atrás, o que me permitiria tentar de novo?
Não sei pra onde vou, meus pés estão cansados, a cabeça esta pesada,
meu corpo esta caindo em cansaço e desilusão.
Posso sonhar esta noite ou não?
Ainda não...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

"Quanto vale uma solidão"


Qual o preço deste pequeno rio que corre em tua face?
Quanto vale este sentimento destroçado, em pedaços pelo chão?
Vale, mesmo uma madrugada?
Uma noite mal dormida?
Uma noite sem luar?
Vale a pena se calar e tentar suportar tal dor?
Essa dor de se quebrar, formar em vários pedacinhos e se espalhar por ai com o vento,
seguir sem rumo, apenas deixar-se ir, por um simples sentimento?
Que de tão belo, tornou-se um pesadelo.
Vale um sorriso perdido?
Vale algo mais para te fazer acreditar que o sol vai surgir e que mesmo assim você,
nem vai ligar, vai até parecer que ele não vai estar lá.
E este rio constante, um dia vai parar?
Não em seu sentido literal de dizer, pois essa mágoa vai continuar. Eu sei.
Mas será mesmo se vale a pena fechar os olhos?
E não ver o que o mundo te oferece?
Afinal a dor nos cega, nos ensurdece, mas não, a dor não nos cala.
A dor apenas silencia a razão, e abre a oportunidade para o coração, gritar, chorar...
E o coração sabe bem o que faz?
Vale a pena sacrificar um dia todo?
Com um coração desentendido e totalmente perdido, sem saber pra onde seguir?
Vale a pena, uma tarde em prantos, por algo que espera apenas o passo inicial.
O mais doloroso, o mais difícil, o mais necessário.
Vale largar tudo, por um dia prolongado de uma solidão inestimável?
Vale mesmo?

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"Pequena Solidão II"




[...] E se esse sentimento fosse mesmo para ser sentido?
Se fosse pra gostar, pra fazê-lo grande e ainda alimentar.
Seria mais útil mima-lo, ao invés desta erosão no meu peito,
mais agradável de senti-lo do que o gosto deste whisky barato?
Mas e se ele fosse mesmo tão legal, único e encantador,
porque então assim traria tanta dor?
Esse amor que já havia esquecido. Mas a dor que jamais o deixou.
Falava mais alto e o fazia se afastar daquele sentimento.
E mesmo em meio a tudo, queria entender.
Entender, porque sentir algo que lhe consumia, para quê?
E mais uma noite caía, suas respostas nunca chegariam aquele porto.
Estava ali, mas apenas de imagem, pois seu pensamento vivia uma viagem
onde seu coração queria estar.
Uma calma que desejava, que encontrava nesse mar.
E mais uma vez para conseguir dormir iria se embriagar.
Mais uma vez aquelas palavras lembrou.
"E se o amor, te fizesse bem? Te fizesse feliz, por um momento, você poderia
ao menos tentar, uma vez. Uma vez mais!"
Mas era besteira pensar, que tudo aquilo podia mudar.
Preferia ver tudo acabar e continuar ali, com sua dose, sentado na mesa de um bar [...]

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Sentimentalismo"

O que a gente ganha afinal com tanto sensacionalismo?
Porque a gente compra tanto, insiste tanto nessa ideia de capitalismo?
Pra quê se iludir tanto com esse modismo?
Quando vamos ter algo que realmente faz sentido?
Seguimos a linha da ética e moral sem nenhum sentido.
Sonhamos com um amanhã, pra acabarmos iludidos.
Gritamos por liberdade, com um sorriso contido.
Criamos o mundo e acabamos o destruindo.
Se somos apenas mortais e que nunca tomamos partido.
Buscamos cada abraço e carinho, pra um coração partido.
E onde vamos chegar enfim com esse sentimentalismo?
Senão apenas na solidão e ainda mais arrependido.
Isso, são apenas coisas que eu já devia ter aprendido.

Elton Marques

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

"O que vi"




Eu vi naqueles dias, diferentes mundos, pessoas em comum em seus problemas e dilemas.
Eu vi algo além do que imaginava, eu via a ganancia corromper almas,
desesperos mau interpretados, gritos de socorro calados por erros, erros tantas vezes
compreendidos como humanos, outras vezes como burrice e estupidez, tão provenientes
dos humanos, assim também como a mesma forma de afeto muitas vezes nem mesmo percebido.
Eu vi lágrimas contidas rolarem em um pequeno momento de dor, solidão e desabafo.
Vi tipos de fé que eu não imaginava para aqueles dias, crenças e outras crenças que não me cabiam nos pensamentos e que talvez não coubessem também no esquecimento.
Vi coisas que caberia na minha mão e tantas quantas que eu gostaria de levar comigo, mas não,
não caberiam no meu coração. Vi sorrisos, sim, tantos sorrisos... Não me recordo quantos,
alguns eram tímidos, sinceros, forçados, mas vi sorrisos que me cativaram.
Conheci histórias que me comoveram, outras me causaram repugnância, algumas tentei acolher,
mas tenho tantas pressas com ares de problemas, os quais devo resolve-los.
Vi a fome, não em um sentido literal de dizer, mas vi uma fome num olhar, vi a fome num falar e talvez num ouvir, fome de cultura, atenção e talvez até de compreensão.
Vi nas nuvens do céu, o brilho das estrelas, que por muitas vezes queremos muito e não
oferecemos nada, que esperamos mais do que podemos suportar e cobramos muito de coisas
que não podemos ao menos confiar.

Elton Marques

domingo, 11 de agosto de 2013

"What is Love?"


 
Poderia querer mais, mas acreditar que mudaria, não seria tão fácil como antes.
Mas eu acreditaria mais uma vez e eu nem mesmo sei porque.
Você estaria ali a me acariciar, me dizendo coisas bobas novamente,
eu seria a pessoa mais feliz do mundo e estaria compartilhando com você o meu dia.
Amaria a rotina, mesmo porque a minha rotina seria passar o dia com o pensamento
em você, o sol nasceria simplesmente lindo todo dia, a lua seria a testemunha do amor.
Saberia que o amor é perigoso, mas correria esses riscos novamente por você e você
estaria ali, pra me dizer "é pra sempre".
E cada olhar seria apaixonado, cada ligação eterna, cada passo seria em conjunto.
Seria, tudo novamente, mas sempre com mais fervor e mais paixão.
Eu amaria, amaria você, amaria o "nós" novamente, e nunca mais pensar em "eu e você"
Mas eu estou aqui, novamente fantasiando, imaginando, o que é o amor afinal?
Se estou aqui chamando por você e você nem mesmo pode escutar, pensando em formas de
apenas te mostrar que eu ainda me importo, pensando em você!
Pensando, quem você vai chamar, o que será o amor para você, quem voce vai amar quando o dia acordar e o meu sonho acabar?


Elton Marques

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Teu sorriso















Tem desses dias, que são apenas dias.
Dias quentes, difíceis de lidar, dias insuportáveis,
que parecem agoniados, dias que não deixam saudades.
E tem desses dias frios, calmos e até lindos, com poucas nuvens
desenhando no céu, formas de todas as formas e gostos.
Dias esses que são belos, para um passeio, um abraço no frio do dia.
Tem dessas noites longas, traiçoeiras e escuras, que eu preciso do teu colo,
tem dessas noites lindas com as estrelas desabrochando no céu como flores,
lindamente espalhando brilho e beleza na imensidão sem fim.
Refletindo-se nos teus olhos, tornando um show quase imortal, na tua face mortal.
Faz-se num pensamento único, uma paixão, um querer, torna-se compreendido,
um sentimento de tamanhas escalas, que vai de um canto a outro deste pequeno coração.
Vira uma realidade, naquele luar o que era ilusão.
E a lua que esboça um sorriso, sorrisos de tantos sorrisos, de tantos outros sorrisos,
mas o teu sorriso, que paraíso!
Onde quero me perder!

Elton Marques

terça-feira, 30 de julho de 2013

"Quando Te Vejo"















Devo estar ficando maluco?
Ou é apenas o sono que me rodeia a mente e os sentidos.
Te vejo no espelho, no porta retrato vazio,
tenho vertigens com a tua imagem, as tuas formas e cores,
se confundem em minha mente e os meus olhos me enganam.
Te vejo, no espelho, na TV, nos livros e nas capas de CD.
Vou a loucura, porque eu te vejo até na fumaça daquele cigarro,
aquele que eu nem fumo. 
Te vejo nas ruas e nos jornais, perco me em teus braços.
Sonhando acordado com o teu sorriso.
Quando te vejo por ai, nos meus pensamentos,
quando te sinto me tocar.
E quando não te vejo, vem aquela vontade de chorar.
Procuro por ti, em cantos e encontros da cidade
te busco no jardim, no brilho sem fim das estrelas,
no luar, passo o dia a te procurar.
E te encontro assim em todos os lugares.
E você onde vai me achar?

Elton Marques

terça-feira, 23 de julho de 2013

Esse cheiro de café, me faz lembrar,
lembrar de muitas coisas, as vezes tristes
as vezes felizes, são lembranças que mesmo dolorosas,
são para mim, valiosas demais, para que eu esqueça.
Hoje eu acordei com aquela preguiça boba, preguiça de uma segunda,
mas que surpresa, hoje já é terça e eu nem me dei conta.
A neblina lá fora aumenta minha nostalgia.
E eu que costumo ser melancólico... É, hoje não é diferente.
Mas a noite, foi boa, passou de pressa e logo acabou,
mas não tenho do que reclamar.
Senti você em minha cama junto comigo,
senti até o seu cheiro e acordei com um desejo maior, desejo de você.
Está tocando John Mayer, aquela que você mais gosta.
Apenas essa xícara de café me acompanha,
mas parece que te vejo saindo do quarto, vestindo aquela minha blusa.
Mas, infelizmente é apenas lembranças se misturando com saudade e desejo.
A neblina ainda está densa, e vai embaçando o vidro da janela.
E eu fico aqui trancado com as lembranças e o meu café,
esperando por você, onde quer que esteja.

Elton Marques

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Lembrança


Hoje o dia acordou, com um ar de renovação.
Algo está diferente, as pessoas vão, as pessoas vem,
nada nisso mudou, não pelo que percebi.
Mas tem algo estranhamente diferente, para mim.
Algo que eu sinto, hoje o dia esta quente, como uma manhã de verão.
Uma manhã de verão em pleno inverno.
Vejo esses rostos e eles me parecem novos,
mas são velhos conhecidos, os mesmos rostos de sempre,
mas agora com algo no olhar, que eu jamais tinha visto.
O vento hoje, está calmo o calor penetra por sobre a roupa.
Hoje é, desnecessário aquela roupa de inverno.
Minha mente está voando, sentindo esse calor.
Minha mente não quer parar.
E eu retorno aquele lugar, àquela manhã de verão.
Era como hoje, um vento calmo, um calor chamativo, um dia lindo.
Mas algo era diferente, naquele dia, referente a hoje.
Mesmo com o calor, meu coração, não se aquece,
mesmo com tanto brilho, ele ainda está escuro.
Sozinho e calado, sofrendo as lembranças,
lembranças de um verão, lembranças de um dia.
Lembranças que não voltarão.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

"PequenaSolidão"




Aquele homem, cansado, da vida, das circunstâncias, das pessoas.
Vivido de inúmeras primaveras.
Pousava assim os seus pensamentos e deixava seus olhos caírem,
lentamente, como se não fossem voltar a se abrir novamente.
Estava lá, como de costume, estava novamente de frente para o mar.
Ali passava seus longos momentos de solidão, seus olhos se abriam
tão lentamente como um passo, vagaroso e cuidadoso.
Esboçavam um olhar distante, as vezes quase sem vida.
Não via razão em nenhuma razão que as pessoas lhe tentavam empurrar
e lhe fazer acreditar. Não via aquela luz que muitos diziam existir,
chegava a sonhar com essa pequena ilusão, com esse estranho amor,
mas nada era confirmador, nada chegava perto de tornar-se esta ilusão.
Já tinha perdido as contas dos planos e das vezes que tentou amar.
Que tentou mudar, tudo o que pensava, mudar e reverter toda essa solidão.
- E se o amor, te fizesse bem? Te fizesse feliz, por um momento, você poderia
ao menos tentar, uma vez. Uma vez mais! - Disse-lhe um companheiro certa vez.
-  Não se repete um erro, meu caro, não propositalmente! - Respondeu ele. [...]